Maçonaria é herdeira de diversas tradições, seus símbolos se fundamentam num aglomerado de culturas e tradições diferentes, mas que em sua essência se completam e se fundamentam.
Podemos dizer que a Maçonaria não é definida por uma filosofia ou outra, mas sim por um caráter Perenialista. Tal definição foi discutida por filósofos ao longo dos tempos e tem como ideia a "unidade transcendente das religiões", significando que todas as Religiões (em especial seu caráter esotérico) partem de um mesmo princípio, variando somente a maneira com que seus símbolos são expressos em suas culturas.
Filosofia Perenialista portanto define as Religiões como idênticas em seu lado esotérico, diferindo somente no lado externo.
Dizemos que a Maçonaria se apoia em um caráter Perenialista pois esta contêm símbolos que estão espalhados por todas as tradições esotéricas do planeta. O Grande Arquiteto do Universo não é um Deus, é o "Princípio de tudo" que é interpretado e definido de acordo com cada cultura, mas que em essência é sempre idêntico.
Vejamos exemplos herdados da tradição alquímica na Maçonaria para entender melhor esse conceito.
ESQUADRO E COMPASSO NA ALQUIMIA
A imagem acima representa o que Basilio Valentim, Monge Benedito e Alquimista do século XVI, chamou de REBIS. É uma palavra de origem latim, sendo RE o significando de "coisa ou matéria" e BIS refere-se a "duas vezes", sendo um nome simbólico para um Ser Hermafrodita que representa todas as características opostas da criação em união dentro de si.
REBIS é o símbolo da Unidade, pois contêm dentro de si os princípios opostos unidos. Abaixo está o círculo, o símbolo da Unidade e Infinito, e dentro deste está o Quadrado e o Triângulo unidos representando a união entre o Material e o Espiritual. O Dragão representa os quatro elementos (Terra, Ar, Água e Fogo) que é a fera a ser domada (nossos vícios) e submetida a nossa vontade. Então vem o REBIS reprsentando o Alquimista pronto para o trabalho, rodeado pelos símbolos dos sete planetas e carregando suas ferramentas para trabalhar sobre a Matéria Prima: o Esquadro e o Compasso.
Seria esse Alquimista um Maçom? Mas a Maçonaria como conhecemos ainda não havia sido fundada na época de Valentim. Como explicar essas coincidências de símbolos maçons em uma imagem alquímica do século XVI?
Como dissemos no texto Alquimia no Ritual de Iniciação DeMolay, a Alquimia está por trás das ciências ocultas e influenciou diversas culturas, e a Maçonaria recebeu igualmente dessa influência.
Agora devemos nos perguntar "quais as fontes dos estudos de por Basílio Valentin?", e respondendo essa pergunta veremos que as influências que chegaram a Maçonaria são ainda anteriores ao século XVI.
Basílio Valentin (assim como muitos Monges Católicos) eram instruídos nos antigos mistérios que sobreviveram do Egito e da Grécia. E ambas essas culturas tiveram origem na Alquimia, não é por acaso que vemos em seus mitos um grande simbolismo alquímico, hermético e astrológico.
Além do estudo da mitologia, aquele que deseja se aprofundar no estudo do Ocultismo deve saber que nos próprios alfabetos antigos eram usados para esconder símbolos e números. Os hieroglifos egípcios e as letras gregas são símbolos e não somente letras como as nossas. Isso quer dizer que nos textos mitológicos em seus idiomas originais existem segredos que não conseguiremos descobrir e interpretar pelas traduções.
O alfabeto Grego contém um simbolismo numérico por atrás de suas letras. Seu alfabeto foi muito utilizado pelos Alquimistas Medievais com o objetivo de esconder os segredos da alquimia em seus textos e imagens. Devemos destacar duas letras nesse presente estudo.
Gamma é a terceira letra do alfabeto grego, tem valor numérico 3 e representa nada mais, nada menos, que o ângulo reto formado pelo Esquadro. Cada letra grega tem também seu correspondente no alfabeto hebraico, e esta é equivalente ao Gimel, a letra no centro do símbolo Maçônico.
Lambda tem o valor numérico de 30 no alfabeto grego, número que representa a 1/12 de uma circunferência e 30° é exatamente a abertura angular dessa letra. Lambda representa o Compasso e corresponde a letra Lamed hebraica.
Algumas considerações...
Os Alquimistas trabalhavam a construção da Pedra Filosofal sobre a Matéria Prima, que é uma substância misteriosa cujo registro do que seria essa Matéria não se encontra esclarecido em nenhum livro. É uma substância dada a conhecer somente aqueles capazes de levantar os véus dos obscuros escritos alquímicos. Ao adquirir a Pedra Filosofal o alquimista obteria todo o saber existente e ganharia a vida eterna.
Porém é impossível uma pessoa gananciosa e guiada por vícios adquiri-la.
Mas temos algumas pistas do que seria essa Matéria Prima. Uma delas é que a encontramos nas "profundezas da terra", e a segunda Basílio Valentim nos mostra em seu REBIS.
O Esquadro e o Compasso juntos guardam um segredo numérico e contêm a chave para descobrir o que é essa Matéria Prima. Aplicando-se a guematria (substituição de letras por números) vemos que esses símbolos unidos tem seu valor numérico somados e o resultado é trinta e três, Gamma (3) + Lambda (30).
Segundo a tradição da alquimia, 33 é o número que guarda o segredo dessa Matéria Prima e com o Esquadro e o Compasso a descobriremos. Os alquimistas gregos sintetizaram tal mistério em seu próprio alfabeto que viria a influenciar os símbolos das corporações de pedreiros alguns milênios depois.
Agora você deve estar se perguntando "como esses símbolos vieram para na Maçonaria atual" e "será que é intencional eles estarem presentes ainda hoje ou é coincidência"? Afinal estamos falando do alfabeto grego do século IX a.C., portanto temos ai um intervalo de 2.600 anos entre o simbolismo alquímico grego e da Maçonaria Simbólica! São perguntas mais que intrigantes.
Releiam o texto Sete Chakras e a Escada de Jacó para relembra um simbolismo do número 33.
A história da Maçonaria é algo complexo. Ela foi sintetizada por grandes Iniciados que sabiam muito bem o que estavam fazendo. Por mais que nossos Rituais tenham sido modificados ainda guardamos esse importante legado dos nossos antepassados e devemos resgatar o que foi perdido.
Por hora medite e pesquise "quem eram os Alquimistas medievais", "aonde estes deixaram suas maiores obras sobre Alquimia", "como o conhecimento foi guardado e transmitido"?
E ficam ainda mais perguntas ao ar: aonde e como podemos encontrar essa Matéria Prima? O que é esta Matéria Prima no simbolismo da Maçonaria atual?
Quando dizemos que a Maçonaria é Perenialista queremos dizer que seus símbolos contêm uma essência que revelam algum mistério de alguma cultura longinquá, mas que no final das contas estão também no interior do Homem, pois os homens são iguais em essência.
As respostas estão sempre próximas de nós, no Interior da Terra.
Vejamos exemplos herdados da tradição alquímica na Maçonaria para entender melhor esse conceito.
ESQUADRO E COMPASSO NA ALQUIMIA
A imagem acima representa o que Basilio Valentim, Monge Benedito e Alquimista do século XVI, chamou de REBIS. É uma palavra de origem latim, sendo RE o significando de "coisa ou matéria" e BIS refere-se a "duas vezes", sendo um nome simbólico para um Ser Hermafrodita que representa todas as características opostas da criação em união dentro de si.
REBIS é o símbolo da Unidade, pois contêm dentro de si os princípios opostos unidos. Abaixo está o círculo, o símbolo da Unidade e Infinito, e dentro deste está o Quadrado e o Triângulo unidos representando a união entre o Material e o Espiritual. O Dragão representa os quatro elementos (Terra, Ar, Água e Fogo) que é a fera a ser domada (nossos vícios) e submetida a nossa vontade. Então vem o REBIS reprsentando o Alquimista pronto para o trabalho, rodeado pelos símbolos dos sete planetas e carregando suas ferramentas para trabalhar sobre a Matéria Prima: o Esquadro e o Compasso.
Seria esse Alquimista um Maçom? Mas a Maçonaria como conhecemos ainda não havia sido fundada na época de Valentim. Como explicar essas coincidências de símbolos maçons em uma imagem alquímica do século XVI?
Como dissemos no texto Alquimia no Ritual de Iniciação DeMolay, a Alquimia está por trás das ciências ocultas e influenciou diversas culturas, e a Maçonaria recebeu igualmente dessa influência.
Agora devemos nos perguntar "quais as fontes dos estudos de por Basílio Valentin?", e respondendo essa pergunta veremos que as influências que chegaram a Maçonaria são ainda anteriores ao século XVI.
Basílio Valentin (assim como muitos Monges Católicos) eram instruídos nos antigos mistérios que sobreviveram do Egito e da Grécia. E ambas essas culturas tiveram origem na Alquimia, não é por acaso que vemos em seus mitos um grande simbolismo alquímico, hermético e astrológico.
Além do estudo da mitologia, aquele que deseja se aprofundar no estudo do Ocultismo deve saber que nos próprios alfabetos antigos eram usados para esconder símbolos e números. Os hieroglifos egípcios e as letras gregas são símbolos e não somente letras como as nossas. Isso quer dizer que nos textos mitológicos em seus idiomas originais existem segredos que não conseguiremos descobrir e interpretar pelas traduções.
O alfabeto Grego contém um simbolismo numérico por atrás de suas letras. Seu alfabeto foi muito utilizado pelos Alquimistas Medievais com o objetivo de esconder os segredos da alquimia em seus textos e imagens. Devemos destacar duas letras nesse presente estudo.
Gamma é a terceira letra do alfabeto grego, tem valor numérico 3 e representa nada mais, nada menos, que o ângulo reto formado pelo Esquadro. Cada letra grega tem também seu correspondente no alfabeto hebraico, e esta é equivalente ao Gimel, a letra no centro do símbolo Maçônico.
Lambda tem o valor numérico de 30 no alfabeto grego, número que representa a 1/12 de uma circunferência e 30° é exatamente a abertura angular dessa letra. Lambda representa o Compasso e corresponde a letra Lamed hebraica.
Algumas considerações...
Os Alquimistas trabalhavam a construção da Pedra Filosofal sobre a Matéria Prima, que é uma substância misteriosa cujo registro do que seria essa Matéria não se encontra esclarecido em nenhum livro. É uma substância dada a conhecer somente aqueles capazes de levantar os véus dos obscuros escritos alquímicos. Ao adquirir a Pedra Filosofal o alquimista obteria todo o saber existente e ganharia a vida eterna.
Porém é impossível uma pessoa gananciosa e guiada por vícios adquiri-la.
Mas temos algumas pistas do que seria essa Matéria Prima. Uma delas é que a encontramos nas "profundezas da terra", e a segunda Basílio Valentim nos mostra em seu REBIS.
O Esquadro e o Compasso juntos guardam um segredo numérico e contêm a chave para descobrir o que é essa Matéria Prima. Aplicando-se a guematria (substituição de letras por números) vemos que esses símbolos unidos tem seu valor numérico somados e o resultado é trinta e três, Gamma (3) + Lambda (30).
Segundo a tradição da alquimia, 33 é o número que guarda o segredo dessa Matéria Prima e com o Esquadro e o Compasso a descobriremos. Os alquimistas gregos sintetizaram tal mistério em seu próprio alfabeto que viria a influenciar os símbolos das corporações de pedreiros alguns milênios depois.
Agora você deve estar se perguntando "como esses símbolos vieram para na Maçonaria atual" e "será que é intencional eles estarem presentes ainda hoje ou é coincidência"? Afinal estamos falando do alfabeto grego do século IX a.C., portanto temos ai um intervalo de 2.600 anos entre o simbolismo alquímico grego e da Maçonaria Simbólica! São perguntas mais que intrigantes.
Releiam o texto Sete Chakras e a Escada de Jacó para relembra um simbolismo do número 33.
A história da Maçonaria é algo complexo. Ela foi sintetizada por grandes Iniciados que sabiam muito bem o que estavam fazendo. Por mais que nossos Rituais tenham sido modificados ainda guardamos esse importante legado dos nossos antepassados e devemos resgatar o que foi perdido.
Por hora medite e pesquise "quem eram os Alquimistas medievais", "aonde estes deixaram suas maiores obras sobre Alquimia", "como o conhecimento foi guardado e transmitido"?
E ficam ainda mais perguntas ao ar: aonde e como podemos encontrar essa Matéria Prima? O que é esta Matéria Prima no simbolismo da Maçonaria atual?
Quando dizemos que a Maçonaria é Perenialista queremos dizer que seus símbolos contêm uma essência que revelam algum mistério de alguma cultura longinquá, mas que no final das contas estão também no interior do Homem, pois os homens são iguais em essência.
As respostas estão sempre próximas de nós, no Interior da Terra.
Legais as sugestões de perguntas.
ResponderExcluirEncontrei dois sites que podem responder algumas delas.
Ficam os links para os interessados.
Os Alquimistas Medievais - http://www.youtube.com/watch?v=smRnA5pGUc4
O Aprendiz (A Alquimia e os Verdadeiros Alquimistas) - https://sites.google.com/site/sabiosalquimistas/como-aprender
Fiz uma pesquisa por imagens sobre Alquimia e também achei coisas legais. Fica mais essa dica aí.
Bela postagem.
Texto extremamente profundo .Obrigado por compartilhar estas luzes e como sempre toda resposta esta no V.I.T.R.O.L
ResponderExcluirNo aguardo das outras partes.
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